Archive for 2014
Capítulo 5 - Seis e um na trilha
Ainda continuava nublado, quando liberados o Sol já não
iluminava tanto, estava pouco escuro, normal para um dia de chuva em que fazia
muito frio. Encontraram Ton logo de cara no corredor enquanto saiam das salas,
Timothy logo chamou sua atenção. “TON” Gritou Thimothy, Ton olhou para ele e
seguiu em direção onde estavam.
- E ai... Vamos ainda pra fazenda da minha avó?
- Tenho que ta em casa no máximo até seis e meia.
- Acho melhor não irmos, vocês sabem sobre essas gameleiras né? Não vou passar por ali, ta muito perto das seis... Que horas são agora?
- É cinco e trinta e sete ainda. Vamos! Dar tempo.
Eram cinco e cinquenta na verdade, Ton respondeu o horário errado, mas nem Thimoty e Grey desconfiaram do horário, mas de fato já estava escurecendo seguiram depressa, pela rodovia, até chegar na fazenda.
Para chegar lá eram vinte minutos de caminhada, não demorou muito já era seis horas.
- Que horas são agora?
Timothy resolveu pegar seu celular, que estava sem sinal, mas aquele caminho o sinal deveria ta razoável, mas estava sofrendo interferência. O relógio digital, apontou seis e um, quando a tela apagou, o celular já não queria mais ligar, Ton, carregava uma lanterna em sua mochila, já estava totalmente escuro, então ele pegou a lanterna e a ligou. Ouviram um barulho de mato balançando, mas logo ignoraram. Grey já estava reciosa do que poderia acontecer, e desconfiada olhou para trás, percebeu que o mato estava descendo em forma de pegadas gigantes mas não vira nada.
- Ton, coloca a lanterna pra trás.
- O que foi Grey!?
- Gente olhem os matos como estão, estão sumindo, como se alguém estivessem pisando neles!
- Corre gente! Não sabemos que ser é esse!
Ficaram apavorados, o mato continuava a descer eram marca de pés gigantes e não havia corpo para aquilo era invisível e naquela trilha que já era difícil correr. Andaram o mais depressa possível, uma situação de pânico tomou conta.
- Vamos, depressa...
- Demora muito pra chegar?
- Que porra! Eu sabia que ia dar merda!
- Calma, deve ser só o vento.
- Não é não, as marcas são pés muitos perfeitos e grandes.
- Ali, vamos, lá é casa da minha avó.
Não demorou muito, e já estavam dentro da casa ofegantes, Timothy estava arrepiado e arrependido de ter vindo, não queria voltar pra trilha para ir pra casa, o celular ainda estava com interferências. A avó, Sofia ficou preocupada com os garotos.
- O que vocês tão fazendo aqui uma hora dessa?
- Vó, Timothy é um aluno novo do colégio, queria trazer ele aqui, viríamos ver o pôr do Sol, mas tava nublado e trouxe eles assim mesmo.
- Vocês correram perigo, nesse horário não deveriam andar por ai.
- Qual mal tem vó? Nunca houve nada por aqui!
A Senhora Sofia, sabia de tudo, mas não queria contar ou assustar ainda mais os garotos.
- O que vocês viram?
- Estávamos no meio do caminho, quando começou um barulho de mato sendo amassado.
- O que mais?
- Daí então olhamos para trás e todo mato parecia desaparecer.
- Vó, tinha algo lá, tava pinoteando aquilo, parecia que estava atrás de nós.
- É melhor vocês ficarem por aqui essa noite!
- E ai... Vamos ainda pra fazenda da minha avó?
- Tenho que ta em casa no máximo até seis e meia.
- Acho melhor não irmos, vocês sabem sobre essas gameleiras né? Não vou passar por ali, ta muito perto das seis... Que horas são agora?
- É cinco e trinta e sete ainda. Vamos! Dar tempo.
Eram cinco e cinquenta na verdade, Ton respondeu o horário errado, mas nem Thimoty e Grey desconfiaram do horário, mas de fato já estava escurecendo seguiram depressa, pela rodovia, até chegar na fazenda.
Para chegar lá eram vinte minutos de caminhada, não demorou muito já era seis horas.
- Que horas são agora?
Timothy resolveu pegar seu celular, que estava sem sinal, mas aquele caminho o sinal deveria ta razoável, mas estava sofrendo interferência. O relógio digital, apontou seis e um, quando a tela apagou, o celular já não queria mais ligar, Ton, carregava uma lanterna em sua mochila, já estava totalmente escuro, então ele pegou a lanterna e a ligou. Ouviram um barulho de mato balançando, mas logo ignoraram. Grey já estava reciosa do que poderia acontecer, e desconfiada olhou para trás, percebeu que o mato estava descendo em forma de pegadas gigantes mas não vira nada.
- Ton, coloca a lanterna pra trás.
- O que foi Grey!?
- Gente olhem os matos como estão, estão sumindo, como se alguém estivessem pisando neles!
- Corre gente! Não sabemos que ser é esse!
Ficaram apavorados, o mato continuava a descer eram marca de pés gigantes e não havia corpo para aquilo era invisível e naquela trilha que já era difícil correr. Andaram o mais depressa possível, uma situação de pânico tomou conta.
- Vamos, depressa...
- Demora muito pra chegar?
- Que porra! Eu sabia que ia dar merda!
- Calma, deve ser só o vento.
- Não é não, as marcas são pés muitos perfeitos e grandes.
- Ali, vamos, lá é casa da minha avó.
Não demorou muito, e já estavam dentro da casa ofegantes, Timothy estava arrepiado e arrependido de ter vindo, não queria voltar pra trilha para ir pra casa, o celular ainda estava com interferências. A avó, Sofia ficou preocupada com os garotos.
- O que vocês tão fazendo aqui uma hora dessa?
- Vó, Timothy é um aluno novo do colégio, queria trazer ele aqui, viríamos ver o pôr do Sol, mas tava nublado e trouxe eles assim mesmo.
- Vocês correram perigo, nesse horário não deveriam andar por ai.
- Qual mal tem vó? Nunca houve nada por aqui!
A Senhora Sofia, sabia de tudo, mas não queria contar ou assustar ainda mais os garotos.
- O que vocês viram?
- Estávamos no meio do caminho, quando começou um barulho de mato sendo amassado.
- O que mais?
- Daí então olhamos para trás e todo mato parecia desaparecer.
- Vó, tinha algo lá, tava pinoteando aquilo, parecia que estava atrás de nós.
- É melhor vocês ficarem por aqui essa noite!
Capítulo 4 - Chuva da Tarde
Durante
esses dois últimos horários, o professor
faltou mas deixou atividades, todos estavam uns até fora da sala, a
coordenação também não reclamou. Grey haveria se esquecido do seu velho amigo,
Ton, assim era chamado por ter um nome estranho “Aranton”.
Ela não o abandonou de certa forma, ainda estava no segundo dia de amizade com
Timothy, só em plena a segunda não tivera visto ele. Então, logo Grey
apresentou Timothy para Ton, de primeira Timothy não puxou tanto assunto assim,
mas por Grey continuou lá.
- Vamos na fazenda da minha vó?
- Temos aula até cinco e meia, Ton.
- Grey, podemos passar lá pra ver o pôr do Sol
- O tempo tende a se fechar hoje.
Timothy fechou a conversa assim, e o tempo não era certo que iria se fechar mas de qualquer forma queriam ir.
- Qual problema uê? Ficamos debaixo da tenda da casa.
- Deixa ver, eu vou de certeza, vou levar ele comigo.
- Vão almoçar hoje aqui!?
O almoço custava cerca de dez reais, e Grey não teria o dinheiro suficiente para almoçar, logo ela respondeu que não poderia.
- Hoje não vai dar, deixa pra sexta ai eu almoço com vocês.
- Não vei... Faz assim, eu pago pra ti, almoçamos aqui hoje.
- Então vou almoçar com vocês! Me espera na hora da saída... Prazer em conhecê-lo Timothy! Se vemos depois!
Não demorou meia hora para acabar a aula pela manhã, Timothy e Grey seguiram para o portão do colégio, e lá esperando Ton que não apareceu já tinha saído com uma outra turma, mesmo assim estavam lá esperando por 15 minutos.
- Será que ele ainda vem ou já foi!?
- Acho que ele não vem mais, vamos! To com fome!
- Haha! Então vamos, porque também estou!
- Vamos na fazenda da minha vó?
- Temos aula até cinco e meia, Ton.
- Grey, podemos passar lá pra ver o pôr do Sol
- O tempo tende a se fechar hoje.
Timothy fechou a conversa assim, e o tempo não era certo que iria se fechar mas de qualquer forma queriam ir.
- Qual problema uê? Ficamos debaixo da tenda da casa.
- Deixa ver, eu vou de certeza, vou levar ele comigo.
- Vão almoçar hoje aqui!?
O almoço custava cerca de dez reais, e Grey não teria o dinheiro suficiente para almoçar, logo ela respondeu que não poderia.
- Hoje não vai dar, deixa pra sexta ai eu almoço com vocês.
- Não vei... Faz assim, eu pago pra ti, almoçamos aqui hoje.
- Então vou almoçar com vocês! Me espera na hora da saída... Prazer em conhecê-lo Timothy! Se vemos depois!
Não demorou meia hora para acabar a aula pela manhã, Timothy e Grey seguiram para o portão do colégio, e lá esperando Ton que não apareceu já tinha saído com uma outra turma, mesmo assim estavam lá esperando por 15 minutos.
- Será que ele ainda vem ou já foi!?
- Acho que ele não vem mais, vamos! To com fome!
- Haha! Então vamos, porque também estou!
No colégio,
havia uma cantina onde nos dias de terça e sexta serviam almoço para os alunos
que ficassem.
- O almoço daqui é bom!?
- O almoço daqui é bom!?
- É meio que
salgada mas é bom, é a segunda vez nesse ano que como aqui, semana passada eu
fiquei aqui com Ton, mas que toco que ele deu na gente em!
E durante o
almoço, naquela área aberta foi perceptível que vinha nuvens e seria uma tarde
chuvosa como a manhã do dia anterior. Ficaram meio receosos pela ocasião e
confirmaram o que Timothy viu na TV. Logo após o almoço, já estava chovendo, e
para chegar até o corredor teriam que passar por uma área que não há cobertura
e não houve outra alternativa, tentaram esperar a chuva passar. Em cinco
minutos o sinal já haveria batido.
- O que fazemos agora?
- Só temos nove minutos de limite pra chegar na sala.
- Não há outro jeito, vamos ter que enfrentar a chuva.
Foram assim mesmo, chegaram na sala encharcados de água, os sapatos sujos de lama o corredor já tava sujo, cheio de pegadas e tinha tantos outros alunos também molhados, a tarde parecia nunca acabar diante daquela chuva, mas logo na troca de professores por volta das quatro ainda tava nublado e um brilho intenso do Sol sobre as nuvens. Grey já não estava com tanta vontade de ir para a fazenda da avó de Ton, mas Timothy já estava pouco se importando, já tava todo sujo de lama e a roupa mal secada.
- O que fazemos agora?
- Só temos nove minutos de limite pra chegar na sala.
- Não há outro jeito, vamos ter que enfrentar a chuva.
Foram assim mesmo, chegaram na sala encharcados de água, os sapatos sujos de lama o corredor já tava sujo, cheio de pegadas e tinha tantos outros alunos também molhados, a tarde parecia nunca acabar diante daquela chuva, mas logo na troca de professores por volta das quatro ainda tava nublado e um brilho intenso do Sol sobre as nuvens. Grey já não estava com tanta vontade de ir para a fazenda da avó de Ton, mas Timothy já estava pouco se importando, já tava todo sujo de lama e a roupa mal secada.
Capítulo 3 - Raio entre as gameleiras
Parecia mais um dia normal para todos os alunos da Bourn. Timothy também conhecera o teatro abandonado dentro da área do colégio, que ficava um
pouco distante das salas de aula. Grey havia levado Timothy para conhecer o colégio, e escolheu o teatro como primeiro ponto de visitação. Foram por um caminho que saía bem no palco. Era um lugar escuro, o piso era revestido de madeira, as paredes cinzas, cheias de teias e
com sinais de mofo. Tinha uma escada no lado direito que levava para o canto
superior da platéia. Há muito tempo aquele teatro já não tinha mais nome. Ao perceber que estava dentro do teatro, Timothy arrepiou-se, sentindo algum tipo de energia. Mesmo assim, continuou andando pelo corredor que levava até uma porta de madeira desgastada. Grey parou
de repente. A sombra de um morcego pela luz que vinha de uma pequena janela passou voando muito próximo deles.
- O que foi, Grey? - perguntou Timothy.O silencio tomou conta do ambiente. Timothy já tinha visto aquele morcego. Ignoraram a situação e seguiram em frente assim mesmo. O acesso ao teatro era totalmente proibido. A última pessoa que entrou ali havia sido expulsa do colégio. De repente, ouviram um forte estrondo vindo de fora do colégio. Assustados, correram amedrontados, temendo ser algo próximo ao teatro e que, por causa do barulho, descobrissem que eles estavam ali.
- Vamos! Corra! Se descobrem que estamos aqui, podem nos
expulsar do colégio.
- Cara, o que deve ser isso? - questionou Timothy - O barulho foi muito forte, e vem de fora!
- Por aqui! Vamos sair daqui logo! - insistiu Grey.
- Por aqui! Vamos sair daqui logo! - insistiu Grey.
Timothy tropeçou numa madeira solta no chão. Estava escuro e não foi possível
enxergá-la. Já havia acabado o intervalo e o tempo estava se fechando. Assim que chegaram perto do pátio próximo às escadas, um clarão tomou conta do
céu. Um raio caiu próximo do teatro e com o impacto, uma pedra foi lançada entre as duas
gameleiras. Todos se assustaram naquele momento, e logo em seguida havia um aglomerado de pessoas em volta do
muro próximo as gameleiras. O impacto do raio acabou abrindo uma rachadura no local. A energia no colégio ficou enfraquecida e por causa disso, ninguém retornou para as salas de aula.
- O raio caiu próximo de onde estávamos. Imagine se nos vissem saindo de lá!
- Olha aquilo... O raio lançou uma pedra bem no meio das gameleiras. É estranho isso, Timothy, nunca aconteceu antes.
- Tem alguma biblioteca por aqui? - indagou Timothy.
- Há uma próxima ao corredor que dá acesso à sala com os arquivos de todos os alunos. É provável que nos vejam se formos até lá. Aqui em Bourn, a maioria das coisas é restrita, e qualquer aluno que ouse quebrar as regras é punido.
- Punido? Sempre há um jeito de entrar nesses lugares, é só conhecer um pouco como as coisas funcionam por aqui. Você já deve conhecer como funciona tudo por aqui!
- De fato, sei muito sobre tudo aqui, por isso quero evitar levar você nesses lugares. - explicou Grey.
- Podíamos ir agora, todos estão ainda distraídos com o que aconteceu.
- Impossível! Você tá louco? Não podemos ir agora, todos estão aqui fora. Seu Trunfo pode ver a gente. Ele é um velho rabugento, é o zelador daqui!
- Olha aquilo... O raio lançou uma pedra bem no meio das gameleiras. É estranho isso, Timothy, nunca aconteceu antes.
- Tem alguma biblioteca por aqui? - indagou Timothy.
- Há uma próxima ao corredor que dá acesso à sala com os arquivos de todos os alunos. É provável que nos vejam se formos até lá. Aqui em Bourn, a maioria das coisas é restrita, e qualquer aluno que ouse quebrar as regras é punido.
- Punido? Sempre há um jeito de entrar nesses lugares, é só conhecer um pouco como as coisas funcionam por aqui. Você já deve conhecer como funciona tudo por aqui!
- De fato, sei muito sobre tudo aqui, por isso quero evitar levar você nesses lugares. - explicou Grey.
- Podíamos ir agora, todos estão ainda distraídos com o que aconteceu.
- Impossível! Você tá louco? Não podemos ir agora, todos estão aqui fora. Seu Trunfo pode ver a gente. Ele é um velho rabugento, é o zelador daqui!
Seu Trunfo era um velho que conhecia muito o colégio. Sempre andava
mal-humorado, sua estatura era baixa e aparentava ter 70 anos. Era
funcionário da Bourn desde quando o lugar ainda era a clinica Scurf. A sirene tocou novamente, chamando para o retorno às aulas, apesar da energia ainda permanecer fraca. Todos retornaram para os cansativos horários
de Química na terça. A sala não estava tão escura pois janelas entravam luzes
que iluminavam todo o ambiente.
Capítulo 2 - Grey
Um mês depois do início aulas, um garoto usando óculos entra na sala. Era Timothy retomando as atividades escolares na Bourn. Tudo se tornou diferente, e ele se sentiu como se as pessoas o olhassem sem temor e sem pudor, o enxergando como mais um garotinho legal na 1ª série do Ensino Médio. Todos o cumprimentaram, uma situação totalmente fora de sua expectativa. “Sou novato, ninguém me conhece, eu posso criar uma nova personalidade”, pensou.
Mas no fundo, ele gostava de como ele era e não queria mudar, principalmente porque percebeu que as pessoas eram vazias e não se importavam com as amizades, mas apenas com o próprio status. Sentia-se incomodado com as pessoas “badaladas”. Logo ele desistiu completamente da ideia e ficou em seu canto da sala de aula onde haviam janelas sujas por onde, em dias nublados como aquele, poderia sentir toda a umidade do ar. O professor era rude e sequer percebeu sua presença nas aulas dele. Eram quatro contínuos e cansativos horários, mas os alunos sempre davam um jeito de se distrair numa conversa. E durante uma dessas aulas, Timothy recebeu um bilhete estranho:
“Eaaai louquinho? É quieto assim mesmo ou é só no primeiro dia?”
Nunca sentiu tanta raiva de um papel escrito por um anônimo. “Não sou obrigado a responder isso”, pensou. Levantou-se, seguiu em direção da lixeira. Percebeu o caminho obstruído e preferiu jogar o papel de longe, mas errou o alvo. Todos riram, e ele sentiu aquela vergonha incômoda mais uma vez. Durante o intervalo, não era permitido aos alunos ficar nas salas de aula. Timothy foi obrigado a descer e então se lembrou de que carregava em sua mochila um livro que ainda não tivera chance de ler. Não pensou duas vezes e desceu com seu livro de ficção.
Percebeu que uma garota de sua sala o encarava insistentemente no refeitório. Concentrado no seu livro, Timothy procurou ignorar a situação. Apenas sentou-se numa mesa distante de todos. A garota que o observava sem parar se chamava Grey, tinha poucos amigos, gostava muito de livros, musica rock e (por mais incrível pudesse parecer) MPB. Seu cabelo tingido de um azul escuro que só era possível perceber somente de perto. Percebendo o isolamento proposital de Timothy, Grey, agarrada a um livro, decidiu se aproximar. Também se sentia sozinha, raramente falava com as pessoas que costumavam chamam sua atenção.
- Seu nome é Timothy, não é? – perguntou Grey.
Timothy, mesmo envergonhado pela situação inusitada, respondeu.
- Sim... E você? Como se chama?
- Greyce, mas costumam me chamar de Grey. Estudo aqui na Bourn há dez anos.
Timothy não sabia como desenvolver a conversa nem o que dizer, e deixou Grey continuar falando.
- Enfim, o que gosta de fazer nas horas vagas? Posso levar você pra conhecer o colégio.
- Agradeço o convite. É sempre comum você falar com as pessoas novatas?
Grey soltou um sorriso de canto de boca e sentou-se do seu lado.
- Não é comum. Falo com pessoas que julgo legais. Você devia se sentir uma pessoa especial por causa disso.
- As pessoas raramente puxam conversa comigo, a maioria que conversa comigo são vazias e só querem algo de mim. Para elas, o que importa é status ou um número cada vez maior de amigos no Facebook. Elas não querem saber de verdadeiras amizades.
- Acho que nós passamos pela mesma situação. Sei como é isso. Mas você possui algum perfil no Facebook?
- Sim, tenho, mas raramente eu o utilizo. Nada substitui uma boa conversa pessoalmente.
Grey trazia um MP4 em um de seus bolsos. Seus fones estavam suspensos sobre o colarinho da camisa cinza com uns tons de azul, a farda da Bourn. Pelos ruídos que saíam do fone, percebeu que estava tocando uma de suas cinco músicas favoritas entre as outras 653. Pegou o fone e compartilhou a canção com Timothy, colocando os fones em seu ouvido.
- Gosta dessa música? Aliás, que tipo de musica você curte?
- Gostei. Essa música é dos anos 90, tem um ritmo que dá vontade de dançar. Sou bastante eclético, mas curto músicas de qualidade que tenham letras.
A música era suave com um toque melodioso de bateria. Timothy percebeu que Grey usava em seu pescoço um filtro dos sonhos colorido.
- Seu filtro dos sonhos é bonito! Sabe o que significa cada uma das cores?
- Obrigada. Sei apenas o significado de algumas cores... O intervalo está terminando, vamos subir logo?
Naquele momento, Grey percebeu que eles tinham opiniões parecidas em muitos assuntos.
Timothy acompanhou Grey até a sala, seguindo para onde estava sentado. Percebeu que Grey estava mudando de lugar para ficar mais perto dele, e sentou-se bem atrás de Timothy. Sentiu nela um bom sentimento emanando, um sentimento verdadeiro de amizade, e não demorou muito para se tornarem grandes amigos.
Na hora da saída, Timothy pegou carona com o pai de Grey, e descobriram que moravam muito próximos um do outro, apenas duas quadras longe da biblioteca. A distância entre as casas era pequena, apenas duas casas separavam agora suas amizades.
Mas no fundo, ele gostava de como ele era e não queria mudar, principalmente porque percebeu que as pessoas eram vazias e não se importavam com as amizades, mas apenas com o próprio status. Sentia-se incomodado com as pessoas “badaladas”. Logo ele desistiu completamente da ideia e ficou em seu canto da sala de aula onde haviam janelas sujas por onde, em dias nublados como aquele, poderia sentir toda a umidade do ar. O professor era rude e sequer percebeu sua presença nas aulas dele. Eram quatro contínuos e cansativos horários, mas os alunos sempre davam um jeito de se distrair numa conversa. E durante uma dessas aulas, Timothy recebeu um bilhete estranho:
“Eaaai louquinho? É quieto assim mesmo ou é só no primeiro dia?”
Nunca sentiu tanta raiva de um papel escrito por um anônimo. “Não sou obrigado a responder isso”, pensou. Levantou-se, seguiu em direção da lixeira. Percebeu o caminho obstruído e preferiu jogar o papel de longe, mas errou o alvo. Todos riram, e ele sentiu aquela vergonha incômoda mais uma vez. Durante o intervalo, não era permitido aos alunos ficar nas salas de aula. Timothy foi obrigado a descer e então se lembrou de que carregava em sua mochila um livro que ainda não tivera chance de ler. Não pensou duas vezes e desceu com seu livro de ficção.
Percebeu que uma garota de sua sala o encarava insistentemente no refeitório. Concentrado no seu livro, Timothy procurou ignorar a situação. Apenas sentou-se numa mesa distante de todos. A garota que o observava sem parar se chamava Grey, tinha poucos amigos, gostava muito de livros, musica rock e (por mais incrível pudesse parecer) MPB. Seu cabelo tingido de um azul escuro que só era possível perceber somente de perto. Percebendo o isolamento proposital de Timothy, Grey, agarrada a um livro, decidiu se aproximar. Também se sentia sozinha, raramente falava com as pessoas que costumavam chamam sua atenção.
- Seu nome é Timothy, não é? – perguntou Grey.
Timothy, mesmo envergonhado pela situação inusitada, respondeu.
- Sim... E você? Como se chama?
- Greyce, mas costumam me chamar de Grey. Estudo aqui na Bourn há dez anos.
Timothy não sabia como desenvolver a conversa nem o que dizer, e deixou Grey continuar falando.
- Enfim, o que gosta de fazer nas horas vagas? Posso levar você pra conhecer o colégio.
- Agradeço o convite. É sempre comum você falar com as pessoas novatas?
Grey soltou um sorriso de canto de boca e sentou-se do seu lado.
- Não é comum. Falo com pessoas que julgo legais. Você devia se sentir uma pessoa especial por causa disso.
- As pessoas raramente puxam conversa comigo, a maioria que conversa comigo são vazias e só querem algo de mim. Para elas, o que importa é status ou um número cada vez maior de amigos no Facebook. Elas não querem saber de verdadeiras amizades.
- Acho que nós passamos pela mesma situação. Sei como é isso. Mas você possui algum perfil no Facebook?
- Sim, tenho, mas raramente eu o utilizo. Nada substitui uma boa conversa pessoalmente.
Grey trazia um MP4 em um de seus bolsos. Seus fones estavam suspensos sobre o colarinho da camisa cinza com uns tons de azul, a farda da Bourn. Pelos ruídos que saíam do fone, percebeu que estava tocando uma de suas cinco músicas favoritas entre as outras 653. Pegou o fone e compartilhou a canção com Timothy, colocando os fones em seu ouvido.
- Gosta dessa música? Aliás, que tipo de musica você curte?
- Gostei. Essa música é dos anos 90, tem um ritmo que dá vontade de dançar. Sou bastante eclético, mas curto músicas de qualidade que tenham letras.
A música era suave com um toque melodioso de bateria. Timothy percebeu que Grey usava em seu pescoço um filtro dos sonhos colorido.
- Seu filtro dos sonhos é bonito! Sabe o que significa cada uma das cores?
- Obrigada. Sei apenas o significado de algumas cores... O intervalo está terminando, vamos subir logo?
Naquele momento, Grey percebeu que eles tinham opiniões parecidas em muitos assuntos.
Timothy acompanhou Grey até a sala, seguindo para onde estava sentado. Percebeu que Grey estava mudando de lugar para ficar mais perto dele, e sentou-se bem atrás de Timothy. Sentiu nela um bom sentimento emanando, um sentimento verdadeiro de amizade, e não demorou muito para se tornarem grandes amigos.
Na hora da saída, Timothy pegou carona com o pai de Grey, e descobriram que moravam muito próximos um do outro, apenas duas quadras longe da biblioteca. A distância entre as casas era pequena, apenas duas casas separavam agora suas amizades.
Capítulo 1 - Passavam por ali
“Ando há muito tempo querendo viver uma emoção, sempre gostei de coisas ocultas, de coisas inexplicáveis e isso me motiva. Vou em frente”.
Esse era o mesmo garoto que sentia repulsão por tanta coisa, o mesmo garoto que era solitário. Observava tudo ao seu redor, quieto, e ao mesmo tempo crítico de si mesmo. Todos o achavam estranho, pois tinha uma forte personalidade. Timothy não tinha conflitos com seus pais, mas sempre não havia tempo para a presença deles em sua vida. No colégio, a situação não era diferente. Não tinha amigos e nunca foi de falar com ninguém. Entrava em seu próprio mundo como um falso autista, cansado de ler livros e mais livros. Eles eram sua companhia, sentia-se como um astronauta de forma literária.
Não tinha motivos para Timothy reclamar da vida. Não lhe faltava nada, exceto alguém a quem pudesse contar os seus planos e seus segredos. O problema era achar alguém em quem pudesse confiar. Sua única amiga que tivera aos 12 anos o abandonara de forma sentimental, já que ela precisou mudar de cidade. Logo, já não era possível haver a mesma amizade de antes. Seriados também se tornaram um bom passatempo para Timothy. Séries de terror eram os melhores e sempre quisera saber se tudo aquilo era real.
A família de Timothy precisou mudar-se também por causa do trabalho de seu pai. Mudaram-se para a cidade de Drummond, e embora ainda não estivesse matriculado em nenhum colégio, seus pais deram a Timothy a opção de escolher o colégio para que ele pudesse terminar o Ensino Médio. Ele pensou um pouco e de primeira escolheu um colégio antigo, com muito tempo de história. Tempos atrás, aquele colégio não era um Centro de Ensino, e sim, uma clínica chamada Scuf. Era uma clínica obscura na década de 1940 que recebia assassinos psicopatas, homossexuais, doentes mentais e pessoas com algum tipo de transtorno desconhecido. Utilizavam meios de tratamentos nada convencionais, provocando a morte de milhares de pessoas sem valor e sem direito. Até meados de 1980, a clínica era totalmente confiável pelas pessoas e para o estado, e o que acontecia lá dentro não era divulgado em público.
As aulas no Colégio já haviam começado há cerca de um mês. Seria difícil retomar os assuntos de última hora, então Timothy esperou passar um mês para entrar no Colégio Bourn. Inicialmente esse nome foi escolhido à toa, não foi repensado pelas pessoas que queriam reabrir, mas a mulher que sugeriu esse nome escondeu seu real significado. A Escola era enorme e afastada do centro da cidade. Havia poucas casas por perto e algumas ali foram abandonadas. Havia árvores entre elas, e duas Gameleiras se destacavam. Eram velhas e grandes, ficavam ao lado da escola. Seus galhos tinham muitas folhas e geravam uma sombra, dando um bom lugar para descansar. Porém, tinha uma lenda que dizia que muitos que passavam por ali sumiam ou acabavam vendo pessoas que descansaram eternamente e que estavam com suas almas presas àquele lugar. Gemiam todas as noites sem lua. Era comum verem vultos ou escutarem gemidos às seis da tarde e às doze horas da noite. Tudo isso, porém, havia parado e poucas pessoas acreditavam que essas coisas ocorriam. Em todo o muro do colégio havia muito limo grosso e esverdeado. A escola possuía muitos alunos e era pública, poucos sabiam da sua história. Enfim, era tudo o que se sabia do colégio.
O Colégio Bourn tinha uma biblioteca interna, porém, restrita aos alunos. Mas por ser uma instituição do estado, tinha uma parceria com a Biblioteca Central que ficava em frente à praça conhecida também como a Praça da Catedral. Todos os alunos tinham direito de acesso irrestrito à biblioteca, inaugurada em 1810, sendo a segunda construção erguida na cidade depois da prefeitura. Sua construção era clássica e enorme. Era difícil os alunos a frequentarem. Possuía livros de todos os gêneros, entre religiosos, romance, terror, drama, suspense e enciclopédias históricas sobre a cidade de Drummond.
Realmente era uma situação nova para Timothy frequentar um colégio que, há 34 anos, foi uma Clínica para loucos e que ainda escondia muitos segredos desconhecidos ali na cidade de Drummond. Timothy ainda nem desconfiava de nada sobre sua nova cidade.Mas já sabia da lenda que cercava aquelas Gameleiras que já viram muitas coisas estranhas por ali.
Esse era o mesmo garoto que sentia repulsão por tanta coisa, o mesmo garoto que era solitário. Observava tudo ao seu redor, quieto, e ao mesmo tempo crítico de si mesmo. Todos o achavam estranho, pois tinha uma forte personalidade. Timothy não tinha conflitos com seus pais, mas sempre não havia tempo para a presença deles em sua vida. No colégio, a situação não era diferente. Não tinha amigos e nunca foi de falar com ninguém. Entrava em seu próprio mundo como um falso autista, cansado de ler livros e mais livros. Eles eram sua companhia, sentia-se como um astronauta de forma literária.
Não tinha motivos para Timothy reclamar da vida. Não lhe faltava nada, exceto alguém a quem pudesse contar os seus planos e seus segredos. O problema era achar alguém em quem pudesse confiar. Sua única amiga que tivera aos 12 anos o abandonara de forma sentimental, já que ela precisou mudar de cidade. Logo, já não era possível haver a mesma amizade de antes. Seriados também se tornaram um bom passatempo para Timothy. Séries de terror eram os melhores e sempre quisera saber se tudo aquilo era real.
A família de Timothy precisou mudar-se também por causa do trabalho de seu pai. Mudaram-se para a cidade de Drummond, e embora ainda não estivesse matriculado em nenhum colégio, seus pais deram a Timothy a opção de escolher o colégio para que ele pudesse terminar o Ensino Médio. Ele pensou um pouco e de primeira escolheu um colégio antigo, com muito tempo de história. Tempos atrás, aquele colégio não era um Centro de Ensino, e sim, uma clínica chamada Scuf. Era uma clínica obscura na década de 1940 que recebia assassinos psicopatas, homossexuais, doentes mentais e pessoas com algum tipo de transtorno desconhecido. Utilizavam meios de tratamentos nada convencionais, provocando a morte de milhares de pessoas sem valor e sem direito. Até meados de 1980, a clínica era totalmente confiável pelas pessoas e para o estado, e o que acontecia lá dentro não era divulgado em público.
As aulas no Colégio já haviam começado há cerca de um mês. Seria difícil retomar os assuntos de última hora, então Timothy esperou passar um mês para entrar no Colégio Bourn. Inicialmente esse nome foi escolhido à toa, não foi repensado pelas pessoas que queriam reabrir, mas a mulher que sugeriu esse nome escondeu seu real significado. A Escola era enorme e afastada do centro da cidade. Havia poucas casas por perto e algumas ali foram abandonadas. Havia árvores entre elas, e duas Gameleiras se destacavam. Eram velhas e grandes, ficavam ao lado da escola. Seus galhos tinham muitas folhas e geravam uma sombra, dando um bom lugar para descansar. Porém, tinha uma lenda que dizia que muitos que passavam por ali sumiam ou acabavam vendo pessoas que descansaram eternamente e que estavam com suas almas presas àquele lugar. Gemiam todas as noites sem lua. Era comum verem vultos ou escutarem gemidos às seis da tarde e às doze horas da noite. Tudo isso, porém, havia parado e poucas pessoas acreditavam que essas coisas ocorriam. Em todo o muro do colégio havia muito limo grosso e esverdeado. A escola possuía muitos alunos e era pública, poucos sabiam da sua história. Enfim, era tudo o que se sabia do colégio.
O Colégio Bourn tinha uma biblioteca interna, porém, restrita aos alunos. Mas por ser uma instituição do estado, tinha uma parceria com a Biblioteca Central que ficava em frente à praça conhecida também como a Praça da Catedral. Todos os alunos tinham direito de acesso irrestrito à biblioteca, inaugurada em 1810, sendo a segunda construção erguida na cidade depois da prefeitura. Sua construção era clássica e enorme. Era difícil os alunos a frequentarem. Possuía livros de todos os gêneros, entre religiosos, romance, terror, drama, suspense e enciclopédias históricas sobre a cidade de Drummond.
Realmente era uma situação nova para Timothy frequentar um colégio que, há 34 anos, foi uma Clínica para loucos e que ainda escondia muitos segredos desconhecidos ali na cidade de Drummond. Timothy ainda nem desconfiava de nada sobre sua nova cidade.Mas já sabia da lenda que cercava aquelas Gameleiras que já viram muitas coisas estranhas por ali.
Posted by Vitor